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Foto do escritorHumanismo Caboclo

Conheça a relação dos gêneros audiovisuais com campo da psicologia


Desenvolvedores do projeto CINEPSI (Foto: Joelma Abreu)

Ao assistir um filme, como você analisa todos os aspectos presentes na narração? Alguns filmes certamente trazem a sensação de alegria, entusiasmo, arrancam sorrisos, outros fazem pensar, certo? Na perspectiva de análise audiovisual, um grupo de estudantes e professores do curso de psicologia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) propõe analisar as narrativas de maneira diferente.

Partindo das aventuras da pequena Riley, no filme Divertida Mente, o público conferiu no dia 24 de maio um roteiro que aborda os sentimentos dentro do cérebro da criança: a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. As mudanças na vida, a relação com os pais, o crescimento e as confusões inerentes ao cotidiano de uma menina de 11 anos são contadas de maneira bastante divertida. Daí o nome da produção, datada de 2015 (Pixar) e dirigida por Pete Docter.

Após o filme, o grupo, coordenado pela psicóloga Mariane Siqueira, juntamente com os estagiários Janailson Silva e Sabrina Santos, propõe, através da temática “Psicologia e Mídias Audiovisuais: Processos de subjetivação dos Ser Humano na Contemporaneidade”, relacionar o campo da comunicação audiovisual com o campo da psicologia no projeto CINEPSI. O evento é voltado para a comunidade acadêmica: um espaço de relaxamento e apoio psicológico, através das discussões de documentários, filmes e séries.

O CINEPSI funciona a cada quinzena do mês, sempre às 10h, no Auditório do Núcleo de Educação à Distância (NEAD). Após a sessão de cinema, ocorre a troca de ideias e interação entre a equipe de apoio psicológica e participantes.

Janielson fala sobre a interação dos participantes no projeto: “durante o debate temos a oportunidade de trazer as discussões interessantes, procuro levantar questionamentos para que a público saia daqui com algo novo, que promova mudanças. É bastante significativo diante do universo acadêmico muito cansativo. É hora de olhar para dentro de si”, disse o estagiário de psicologia.

Sobre o uso da internet e dos gêneros audiovisuais como ferramentas para tratamento terapêutico, Mariane Siqueira destaca a importância destes para discutir temas que rodeiam a existência humana. “Esses recursos terapêuticos promovem o senso crítico em situações de identificação para quem assistir. Nosso objetivo inicialmente é promover este espaço, onde podemos discutir sobre saúde mental como, por exemplo, temas relacionados à felicidade. O que é a felicidade? Falar sobre questões que perpassam a saúde mental, entre outros”, declarou a psicóloga.

Matheus Negreiros, estudante do primeiro período de administração, participou pela primeira do projeto CINEPSI assistindo ao filme Divertida Mente, e fala da importância do espaço. “Na nossa sociedade acabamos suprindo nossas emoções querendo ser feliz a todo custo e acabamos sacrificando muita coisa. As redes sociais não cooperam para nosso conhecimento emotivo, e a gente acaba forçando a ser feliz e acabamos não evoluindo. É preciso ter um autoconhecimento”, disse o universitário.

A estagiária Sabrina fala da experiência de fazer parte do projeto. “É bem desafiador, está sendo implantado agora. O público às vezes é menor. As pessoas estão começando a entender o que é o CINEPSI. É muito gostoso escolher o tema para discutir no encontro, para promoção de um espaço de discussão e reflexão”.

Porque discutir saúde mental nos dias de hoje?

Segundos dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço da incapacidade total na América Latina e Caribe. Dentre os transtornos está também o uso de substâncias psicoativas. Nesse Universo os transtornos depressivos estão entre as maiores causas de incapacidade, seguido pelos transtornos de ansiedade. Os dados da organização ainda mostram que um em cada seis adolescentes entre 10 e 19 anos apresentam algum tipo de transtornos emocional e na maioria das vezes são tratados de forma inadequada. Os dados divulgados pela OPAS destacam o baixo investimento na saúde pública para tratamento da saúde mental.

Grupo de apoio psicológico da Uespi (Foto: Joelma Abreu)

Diante dos dados Mariane ressalta a importância e promoção de políticas para prevenção da saúde mental. “É de suma importância hoje discutir temas relacionados à saúde mental, já que, nos dias atuais, grande parte da população está acometida de alguma patologia relacionada aos transtornos psicológicos. As discussões são relevantes para a prevenção e promoção da saúde da população, para que se possa entender de fato o que é, quais são as patologias e fatores que levam ao cometimento da saúde mental, e poder identificar em si e em pessoas próximas. E quando houver identificação procurar ajuda”.

Ela complementa fazendo mais um alerta e também um convite. “Existem números cada vez mais crescentes de pessoas com transtornos mentais de ansiedade e depressão e muitas vezes elas não encontram um ambiente favorável para discutir sobre isso, e até mesmo um ambiente para se informar. Então o CINEPSI é esse espaço de discussão e informação”. Por Joelma Abreu

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