“Levo muito conhecimento, sobre o machismo, o espaço de cada um, tanto do homem quanto da mulher”, descreve Edson Alexandre, 18 anos, sobre sua primeira participação na oficina “Juventudes e sociologia”, uma das atividades quinzenais desenvolvidas pelo programa de extensão Humanismo Caboclo, da Universidade Estadual do Piauí.
A Igreja Batista, localizada no bairro Angelim, Teresina (PI), serve de espaço para reflexões e diálogos entre jovens e adultos, 13 a 31 anos . “A gente pode fazer muitas reflexões, provocações”, salienta Joyce Ravenna, estudante do 3° período do curso de Ciências Sociais. As pautas, segundo ela, são construções que se dão a partir do contexto da juventude.
Divide com Lindalva Ferreira, 35 anos, estudante do 5° período de Ciências Sociais, o desafio do primeiro contato com as práticas extensionistas. Um momento novo para ambas, assim como para Edson Alexandre, norteado pela partilha do conhecimento, vivências, bem como de interação sobre questões atuais, geralmente relacionadas à juventude. Com a exibição dos vídeos “Adolescentes discute sobre o machismo na escola” e “Conheça a organização dos estudantes em uma das escolas ocupadas” refletiram sobre machismo e a mobilização estudantil diante do sucateamento do ensino público.
“Está sendo uma experiência única falar sobre a sociedade de outra maneira para pessoas com idades e ideias diferentes. Falamos sobre movimentos sociais, como surgem e como participar. Percebemos, a partir de suas idades, escolaridade, experiências de cada um, suas compreensões sobre o que tem sido exposto”, pontua Lindalva Ferreira.
A oficina é um estímulo à formação de uma visão mais crítica da sociedade, estejam os jovens inseridos no contexto campesino, no espaço urbano e/ou virtual. É um convite à participação sem o qual não há cidadania e democracia plena.
“Estou feliz e aprendendo muito. Entendendo sobre essa questão do pertencimento, ser de um lugar onde você não tem tudo. Sobre desigualdade, entender de políticas públicas vendo o que cada bairro precisa”, descreve Joyce, com empolgação, enfatizando que a aprendizagem é mútua.
Por Joaquim Cantanhêde, estudante de Comunicação Social (Uespi) e extensionoista do programa Humanismo Caboclo.
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