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LER É VIVER ARDOROSAMENTE E SUBLIMEMENTE

  • Foto do escritor: Humanismo Caboclo
    Humanismo Caboclo
  • 30 de out. de 2022
  • 2 min de leitura

Essas crianças, ao construir nosso espaço de sociabilidades, experimentam outras potencialidades da vida. Quando nos lançamos a explorar outros caminhos, acredito que a fagulha de “Deus” que habita cada um de nós inflama fortemente. Um ardor de viver que nos projeta ao infinito. (PAUSA).

Sempre penso que criamos muitas imagens para espelhar essa infinitude que é “Deus” (estou deixando essa palavra entre aspas com a intenção ingênua de provocar uma mínima desconstrução de seus significados cristalizados). (PAUSA). “Perfeição”, “amor”, “tudo”, “pai”, “criador”... Como “filhos” da “perfeição” e do “amor” incondicional, devemos ser como o universo – sempre em expansão. (PAUSA). Viver em expansão deveria ser natural e uma necessidade corriqueira e premente. Deveria? (PAUSA).



Ao partilhar com essas crianças esses momentos de expansão do humano sinto-me belo. Experimento as belezas da vida: sentir, dialogar, partilhar, ler, rir, criar, compreender, olhar nos olhos, pensar, sonhar... Isso é o belo que arde em nós a cada movimento de criação humana. (PAUSA). Ao sociabilizar em praças, o projeto Leituras e Descobertas do Mundo inflama nossa fagulha criadora. Exploramos a arte de criar mais vida em cada um de nós. Palavras, ideias, sentimentos, expectativas, fantasias, utopias, gentilezas, valores... Tudo inflama em nós ao interagirmos em praças. (PAUSA).

Na sexta à tarde brincamos de inventar narrativas. Dois irmãos experimentaram ser autores de histórias. Pensaram. Falaram. Duvidaram. Imaginaram. Riram. Silenciaram. Pediram ajuda ao outro. Trocaram. Criaram. (PAUSA). Na manhã do sábado conheci um menino que trabalha duramente com os pais e lê solitariamente e compulsivamente. Quando encerramos o projeto, falou: “Deixe eu ajudar!”. Tomou para si as caixas plásticas repletas de livro. Retruquei: “São pesadas! Obrigado, mas eu carrego”. “Tio, estou acostumado”. (PAUSA).



A centelha de “Deus” que é cada um de nós não passa de nossa humanidade em construção formidável. Somos nós sendo sublimes. Cada um em expansão com seu deus particular. (PAUSA). Uma história é uma criação. Um escritor cria mundos, pessoas, fauna e flora. Os autores nos lembram cotidianamente que somos brasas divinas. Inflamamos vidas, sonhos e pesadelos. (PAUSA). Leituras e Descobertas do Mundo é um modesto templo de alquimia humana por meio do apoio de Ruth Rocha, Marina Colasanti, Chico Buarque, Cecília Meireles, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Rogério Newton, Hernâni Getirana, H. Dobal ... E do protagonismo de crianças fabulosas e corajosas que ocupam praças e criam (elas ainda não compreendem assim, mas um dia lançarão novos olhos sobre essas ocupações de praça para aventurarem suas centelhas criadoras). (PAUSA).



Na tarde de sábado, exercitamos o diálogo em praça. Assim como na tradição democrata ateniense, debatemos a vida. E como se debate a vida com crianças? (PAUSA). A partir dos desenhos que as crianças trazem para partilhar com todos. Iniciamos com a definição de um nome para cada desenho. As crianças circulam na nossa roda com os desenhos e indagamos: “esta árvore mágica oferece que fruto?”; “e este chapéu de bruxa? Pertenceria a que bruxa?”; “ao soprar a vela desse bolo, que desejo gostaria de realizar hoje?”; “nesse campo tão verdinho, que animal pastaria?”; “este desenho chama-se Felicidade. Digam o que é felicidade”. (PAUSA). Assim dialogamos e trocamos ideias. Os desenhos não são uma bobagem de crianças. Pelo contrário, são expressões de suas relações com o mundo. Como educar crianças sem suas expressões criadoras? (PAUSA).



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