Ao olhar para essa foto o que vemos? Árvores, céu, mesas, livros, crianças, terra... O mundo diferente do trânsito selvagem, dos smartphones ou dos shoppings. Parece que a pós-modernidade obrigou-nos a viver absorvidos pelo mundo digital ou presos a corredores e praças de alimentação de shoppings. Não há nada de ruim nesses recursos. Preocupa-nos quando deixamos de explorar outros campos do humano como um livro ou a natureza numa praça.
Abrir-se aos infinitos humanos de cada um. Talvez essa seja uma das missões mais exuberantes de cada pessoa. Viver mais. Sentir mais. Sonhar mais. Pensar mais. Interagir mais. Mais, não no sentido quantitativo dos tempos céleres das máquinas e relações líquidas, mas, na direção de explorar mais e mais possibilidades de existir. Podemos usufruir de uma saborosa alimentação nos mercados públicos; ou ler livros e mais livros em praças; ou meditar em meio à natureza; ou usufruir dos ventos matinais ou crepusculares de junho nas praças de Teresina; ou fazer um piquenique na praça enquanto brinca, ler e trocar com pessoas amadas...
Ser pessoa humana é muito mais do que nos “vendem”. Precisamos experimentar esses outros sabores da vida. Prazeres criativos, livres e potencializadores de outras formas de ser no mundo. Quando estamos na praça, com crianças leitoras, livros e natureza, navegamos por outras trajetórias do existir. Plantaram-nos o medo de ocupar esses espaços naturais e gratuitos. Sugerem-nos que nos shoppings estamos seguros pois pagamos pela segurança privada desses mega-espaços. Controlam nossas vidas com nossos consentimentos.
Por que vocês vêm aqui? "Para ler". "Para ver todo mundo". As vontades, desejos e necessidades humanas são múltiplas e próprias de cada pessoa humana. Como é belo observar essa roda de crianças trocando suas experiências! Essas partilhas ensinam, fortalecem cada criança, estimulam a escutar e respeitar o(a)s outra(o)s, fomentam o pensar e o expressar... Nessas rodas de partilhas cada um(a) faz-se mais.
Uma criança solitária e uma narrativa escrita... momento de solitude e apreciação infinita de todo mundo. Através de um conto podemos sentir o universo que nos habita. Essa infinita odisseia do viver. Cada ser ao seu modo. Cada pessoa com seus sentimentos, ideias e trajetos. Nesses caminhos fazemo-nos e refazemo-nos diariamente. E a literatura uma companheira inspiradora.
Comments